Nesta terça-feira, dia 02 de junho de 2020 (às 8:30 horas), ocorreu a reunião mensal do Fórum Permanente da Mulher (FMP) de Ijuí/RS, de forma online, via Google Meet. A reunião teve como pauta o tema: "A Mulher na Mídia: papéis e representações". A temática foi conduzida, em abordagem aprofundada, pela Professora Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Mundus, Dra. Vera Raddatz, do PPGD - Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ).
Durante a conferência, a professora mostrou os resultados do seu Projeto de Pesquisa "Mídia e Sociedade: o direito à informação", desenvolvido entre 2012-2019, e apontou que a maior parte das representações da mulher na mídia: imprensa televisiva, radiofônica e novas mídias, indicam situações de violência contra a mulher e ainda um longo caminho para barrar o preconceito. No entanto, as representações encontradas também evidenciam o empoderamento da mulher e a não aceitação de inferiorização. Citou exemplos da publicidade, que desde 2015, tem sido empurrada a rever possíveis visões estereotipadas da mulher, principalmente, como objeto sexual, o que era algo bastante comum em propagandas de cerveja.
Assim, as mídias sociais permitiram que reações imediatas a exposições dessa natureza levassem as marcas a rever seus posicionamentos e se retratarem publicamente. Hoje as marcas brasileiras sabem que a mulher representa cerca de um trilhão/ano no poder de consumo. Então, uma razão a mais para repensar suas campanhas; além da questão ética, a questão econômica. Entre outros aspectos, a professora Vera destacou que hoje, as mulheres não aceitam mais o preconceito e o estereótipo e, tampouco, o patrulhamento moral.
A mulher quer ser e pode ser o que ela quiser, independente de qualquer tentativa de rótulo. Temos inclusive uma geração plural de blogueiras furando esse patrulhamento e mostrando novas bandeiras para mexer com o estigma da inferioridade e do autoritarismo. Vera Raddatz disse que acredita, finalmente, que a ruptura do preconceito tem um pé na educação - por meio da educação para as mídias - e outro na própria mídia e na sociedade. Talvez, assim, pudéssemos renovar nossa crença de que a estratégia de dizer não ao preconceito livraria mulheres e outras minorias de tantos sofrimentos todos os dias.
Confira o registro da reunião do FMP - Ijuí/RS:
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